terça-feira, 13 de novembro de 2012

Incoerência nas informações turísticas-Caso Morungaba(SP)

Entrada do Parque ecológico" Pedro mineiro"


Este fim de semana tive a oportunidade de conhecer o município de Morungaba-SP.Já tinha ouvida falar muito bem deste município,o qual pertence ao Circuito das Frutas.Circuito turístico este,formado por outras cidades do interior de São Paulo,que tem como objetivo explorar o turismo rural por meio da colheita de frutas,pesque e pague, entre outras atividades.
Antes de fazer o passeio, procurei mais informações a respeito. Em todas as fontes de pesquisa, encontrei excelentes informações,muitas explicações.Me encantei com a cidade só de ouvir falar.
Entre os atrativos turísticos da localidade, há um famoso parque ecológico chamado Pedro Mineiro.Lá além de muito verde,um lago maravilhoso,há também um parque de diversão para crianças,e o que mais me chamou a atenção:algumas cachoeiras!
Me objetivo no passeio era conhecer estas cachoeiras e passear pelas trilhas.Entretanto,chegando ao local, me senti muito frustrada.
Logo na entrada do parque, numa área de estacionamento (não concordo que aquela área seja usada para tal, porém, é o que afirma os informativos turísticos) há uma placa com os dizeres: “Proibido nadar e pescar neste lugar!” Um pouco depois outra placa,onde estava escrito: “Cuidado!Área com perigo de febre maculosa(entre outros dizeres)”.Apesar de todas estas informações,havia vários grupos de visitantes usufruindo de forma inadequada o lago.Estavam estacionados em volta do lago,por volta de seis carros.Cada um,tocando músicas num volume altíssimo.Paralelo a isso, as pessoas estavam nadando ,bebendo,fumando e pescando.
Diante desta situação, me senti fora do ‘perfil’ dos visitantes.Me lembrei dos informativos que eu li sobre o parque,onde dizia lugar família.O passeio terminou ali, em frente ao lago.Não tive coragem para ir até as trilhas.
O passeio foi curto,mas o aprendizado foi rico.Partindo de todo este pressuposto,observei as falhas,mas também as fortalezas daquele atrativo.
Como fortalezas,pude notar exuberante paisagem , boa infra-estrutura  e fácil acesso.Já como falhas,e digamos ‘ameaças’,observei primeiramente o perfil dos grupos que ali estavam naquele domingo.É sabido que todos tem direito ao turismo.Porém,além dos direitos,TODO turista possui também DEVERES a ser cumpridos durante a estadia no local visitado.
Frente a isto,proponho, como turismóloga, que haja um programa de educação ambiental para os turistas que queiram usufruir o parque,
·         como folhetos explicativos,
·         guias de turismo que possam instruir a melhor maneira de se utilizar do espaço turístico.
·         Maior fiscalização, como monitoramento por câmeras e guardas, a fim de prezar a segurança não só do turista, mas também  da população anfitriã que frequenta o parque.
Este programa é de fundamental importância para o uso sustentável do parque,uma vez que a visão do ‘turista pode tudo’ ficou no passado.O perfil do turista agora é outro.Trata-se de um turista consciente que aquele lugar que ele está visitando,será também visitado por demais pessoas, as quais querem e precisam encontrar o atrativo em bom estado de conservação.Ele sabe que o lixo produzido deve ser depositado em lixeiras adequadas;que o rio não pode ser poluído;que os animais que habitam ali não devem ser caçados ilegalmente,muito menos mal tratados;que a população que vive ali tem tanto direito de usufruir o local tanto quanto ele.
Todos estes saberes foram adquiridos pelo turista com o tempo e por meio de educadores. Conhecimento não se brota. É preciso de profissionais capacitados, os quais possam detectar o problema e planejar alternativas para saná-lo.
Cabe ressaltar ainda que não só de atrativos turísticos viverá uma cidade com potencial turístico, mas também da mão de obra qualificada de um turismólogo.
É deste profissional que Morungaba está precisando. O turismólogo é um profissional multidisciplinar, capaz de observas as falhas ligadas ao turismo e resolvê-las.É necessário um replanejamento turístico para o município,para que,de fato ele ofereça um turismo tão idealizado e defendido como é o turismo sustentável.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Inventário da oferta turística




Para começar esta abordagem,quero a priori, explicar esta expressão "Inventário da oferta
turística".
Pois bem,segundo  o Ministério do Turismo (2006), inventariar a Oferta Turística compreende 

levantamento, identificação e registro dos atrativos turísticos, dos serviços e equipamentos

 turísticos e da infra-estrutura de apoio ao turismo como instrumento base de informações

 para fins de planejamento e gestão da atividade turística.

Em outras palavras,inventariar esta oferta é uma maneira de investigar tudo aquilo que o

 turismo oferece dentro da tríade atrativos turísticos + serviços e equipamentos turísticos +

 infra-estrutura de apoio ao turismo.

A Princípio pode parecer complicado elaborar um inventário,entretanto posso dizer que,se

 houver interesse por parte do pesquisador e colaboração por parte dos entrevistados,a tarefa

 fica até prazerosa.

Para fazer o levantamento dos dados, é necessário que se tenha um modelo de questionário 

para  nortear a pesquisa.Esse modelo pode ser elaborado de acordo com os interesses do

 pesquisador(isto é, delimitação da área pesquisada) como também pode ser adquiridos

modelos prontos,encontrados no site do ministério do turismo  www.turismo.gov.br/.


Agora que eu já expliquei,de forma sucinta,o que é o inventário,eis a pergunta: o que fazer


 com ele?Em que ele pode ajudar?Explico.O Inventário da Oferta Turística é uma 

sistematização de dados que apontam caminhos para o dimensionamento da oferta turística,

 tanto no que diz respeito à sua qualificação, quanto na definição das segmentações turísticas

 da oferta. Seu conteúdo oferece informações imprescindíveis, capazes de subsidiar o 

planejamento e gestão do Turismo, abrangendo três grupos, quais sejam: os atrativos 

turísticos, os serviços e equipamentos turísticos e a infra-estrutura de apoio ao turismo, cujos

 resultados apontam reais potencialidades para o desenvolvimento do turismo.

Estas potencialidades para o desenvolvimento do turismo, constituem o pilar para elaboração

 de um plano de governo o qual permita que o turismo, de fato,se desenvolva,com base 

sustentável uma vez que após o inventário pronto,é possível visualizar o potencial e as 

fraquezas da comunidade pesquisada.

Além disso,abre-se possibilidade de construção de indicadores de desenvolvimento

turístico e o acompanhamento da evolução do turismo nesses locais, a partir do

monitoramento da oferta.Esse monitoramento é muito importante porque o inventário turístico 

não algo estático, ele nunca estará finalizado. A sociedade está sempre mudando, e junto a 

ela, mudam seus hábitos, costumes, alguns estabelecimentos do trade turístico deixam de 

existir, outros novos são criados para compor a oferta, além de infinitos outros fatores.É necessário que o

 inventário turístico seja sempre que possível revisto e completado para que a documentação da oferta 

turística de uma localidade não fique desatualizada.

 

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

O perigo de sucatear mão-de-obra turística

Cena de uma recepção hoteleira onde há sucateamento de mão-de-obra.
     Em se tratando do turismo no Brasil,a notícia que está na mídia é referente à Copa de 2014 e às

Olimpíadas de 2016.

     Devido a estes dois grandes eventos,opaís se prepara investindo em infra-estrutura turística.Outro

 investimento está sendo feito em aeroportos ,quanto ao aumento do número e horários de voos.

     O Brasil está no caminho certo para este planejamento.Porém,muito ainda falta para que haja um bom

planejamento.

     Um fator primordial para que um projeto possa ser bem sucedido é a escolha da mão-de-obra

qualificada.Fala-se de ampliar aeroportos,construir novos empreendimentos hoteleiros,mas pouco é

mencionado sobre o perfil dos funcionários que ocuparão estes postos.

     Um hotel que possua boa infra-estrutura, requinte e ótima localização não é por si só, sinônimo de

sucesso.Imagine a seguinte situação:Um grupo de turistas faz a reserva de suas diárias em um hotel por meio

 do telefone.O telefonista(espera-se que seja um recepcionista) diz para o grupo que a reserva foi

efetuada,porém se esquece de lançar a mesma num sistema.Dias depois um outro grupo liga para o hotel

com o mesmo interesse e novamente a cena se repete,com as mesmas datas e horários.

     No dia do check-in,hotel cheio,os dois grupos chegam juntos à recepção do hotel e só aí o recepcionista

 percebe o ocorrido.O nome que se dá a este impasse é overbooking. Porém , neste caso,mais do que

overbooking,foi falta de atenção e comprometimento por parte dos funcionários,causando um erro

gravíssimo e transtornando os hóspedes que tinham uma ótima visão sobre o hotel.

     Imagine agora, outra situação: Um restaurante contrata muitos garçons para para poder otimizar o

atendimento aos clientes.Casa cheia,e de repente clientes observam um garçom pegando algum  objeto que

caiu no chão e colocando-o de volta na bandeja,sem se importar com a falta de higiene.Ponto negativo para o restaurante.
     Outra falta de preparo é manter um CAT( Centro de atendimento ao turista) no município,sem que os

funcionários do mesmo sejam,no mínimo,bilíngues. Como seria a conversa entre um turista internacional e o

funcionário?Mímica resolveria?

     Partindo destes pressupostos,proponho que os planejadores e organizadores de projetos

turísticos,eventos,entre outros,percebam a grande importância de se investir em capacitação da mão-de-

obra.
     Quando se opta por sucateá-la, a intenção é a de fazer economia,pagando-se menos ao funcionário.Pois

 bem.Está aí um grande equívoco.

     A qualidade do serviço prestado é responsável por mais de 50%do sucesso do empreendimento.Lembra

 da cena do hotel com overbooking.De quem o turista se lembrará nesta história?De forma alguma ele citará

 a boa infra-estrutura hoteleira.Em casos assim,o que virá à memória será a falta de profissionalismo dos

 funcionários.

     Cabe salientar que mão-de-obra qualificada existem.O número de cursos de graduação e tecnólogos na

 área de turismo aumentou bastante.

para que haja um bom quadro de funcionários,os gestores devem,além de procurar a mão-de-obra

especializada,também investir em cursos de 'reciclagem'.Isto é,cursos que possam aprimorar os

conhecimentos já adquiridos.

     Em contrapartida,se alguns planejadores optarem em oferecer emprego para uma pessoa sem

preparo,não haverá grandes transtornos desde que estes planejadores ofereçam cursos de capacitação para

 os funcionários.

     O turismólogo é um profissional ideal para elaborar tais cursos.É um bom investimento contratá-lo como

 consultor.Pois deviso a ser um profissional multidisciplinar ele poderá explicar quais serão as melhores

estratégias a serem seguidas para alcançar o sucesso do desenvolvimento do turismo.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

O planejamento turístico inserido na sazonalidade-Caso de Jacutinga-MG

 


      Jacutinga é uma cidade muito conhecida devido ás suas inúmeras lojas de malharias,lãs e afins.

    É um ótimo lugar para se fazer compras de inverno.por volta do mês de abril,a cidade fica repleta de

turistas , motivados pelo turismo de compras.

    É esta a época do ano em que a economia está mais aquecida.Se perguntarmos para os turistas sobre os

 atrativos da cidade,certamente falarão sobre a diversidade de produtos derivados de lã.E se perguntarmos

 qual a época do ano eles costumam visitar o município,citarão os meses de inverno.

   Na vez mais recente que estive ali,perguntei a alguns moradores quais atividades eu poderia usufruir além

 das compras.Frente a esta pergunta me disseram que depois do inverno, a cidade fica vazia.

    Ainda segundo moradores, a economia de JAcutinga sobrevive à venda de malharia.Após o período de

 inverno,os turistas desaparecem da cidade,inclusive muitos comerciantes fecham suas lojas e vivem o resto

 do ano com o lucro que obtiveram das vendas.

    O lema é assim:"Quem vendeu,ótimo.Quem não vendeu,que espere pelo próximo ano."

   Como turismóloga,percebi a grande necessidade de planejar atividades que possam reorganizar e mais do

 que isso,aumentar a renda da cidade.

    É sabido que devido a uma menor jornada de trabalho e aumento do  tempo livre, as possibilidades para

 as famílias viajarem tornam-se maiores.

     Não é necessário uma época específica para fazer um bom passeio ou uma boa viagem.Tempo

disponível já existe, situação financeira favorável também.O que falta é a oferta de atrativos turísticos, 


melhoria da infra-estrutura e serviços turísticos.

     Diante deste quadro,cabe ao trade turístico,junto ao poder público e à comunidade analisar suas ofertas

para planejar e estruturar o turismo da cidade.

     É isso que é preciso para fomentar a economia de Jacutinga ao meu ver.

     Também vale a dica para inúmeras outras cidades que desejam descongelar suas economias.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Atividade turística sustentável

         
           Em tempos de sustentabilidade muito se fala em turismo sustentável.Tema muito interessante.Já ouvi casos 

de pousadas ecológicas,coisa e tal.Em contrapartida, já vi inúmeras propagandas de resorts,os mais chiques,

 lindos e maravilhosos,com preços,abusivos(na minha opinião).

        Daí, me pergunto: Cadê a tal sustentabilidade?Seria esta apenas uma utopia daqueles que querem 'salvar o

 planeta' ou é mesmo possível que a mesma se torne uma realidade.

         Questiono mais: fala-se muito em sustentabilidade da estrutura turística e dos serviços turísticos.Ótimo.
Mas e aí,quem é que vai usufruir disso tudo??

        Pelo que sei,sustentabilidade,em seu mais simples conceito quer dizer "ser ecologicamente correto,
 economicamente viável, socialmente justo e culturalmente aceito"

       Percebo que muitos empreendimentos estão atentos ao 'ecologicamente correto',mas e o 'economicamente viável'?E

 o socialmente justo?A copa do mundo por exemplo.É um evento socialmente justo?É economicamente viável?

   Para quem é feito DE VERDADE o desenvolvimento do turismo?Deveria ser para a comunidade.Mas,francamente,não

 é isto que vejo por aí.Quer um simples exemplo?Mercadão Municipal de Amparo-SP.É um prédio muito bonito.Estive

 lá no dia da reabertura.Um lugar de glamour.Lá dentro tem um empório maravilhoso.Tudo de muito bom gosto.

       Fala para mim uma coisa,quem é que vai visitar este mercadão?Qual classe da sociedade poderá entrar e consumir no empório do Mercadão?

          Voltamos ao conceito do turismo sustentável: ECONOMICAMENTE VIÁVEL E SOCIALMENTE JUSTO.O mercadão

 atendem a estes conceitos?

         A proposta deste post não é criticar o Mercadão, muito menos a Copa.O que quero aqui é chamar a atenção para 

o planejamento do turismo.Isto é, fala se tanto em planejar,mas pouco se pensa em PARA QUEM planejar.

           O turismo será DE FATO sustentável, a partir do momento em que os planejadores e todo o conjunto que envolve 

o trade turístico lembrar que o turismo é desenvolvido primeiramente como atividade de lazer para o SER

 HUMANO.Sendo assim,devemos pensar em TO-DAS as camadas da sociedade ao planejar o turismo,para que todas

 elas  também tenham acesso ás atividades de lazer.

            Não é verdade que aquela forma de turismo que só pensava em arrecadar dinheiro em curto espaço de tempo,

 ficou  no passado?Então,para agirmos de maneira mais adequada, devemos parar de seguir o passado como

 modelo e criar novas estratégias para levar o turismo a  todas as camadas da sociedade.Aí sim teremos um turismo

 socialmente justo!