Entrada do Parque ecológico" Pedro mineiro" |
Este fim de semana tive a oportunidade
de conhecer o município de Morungaba-SP.Já tinha ouvida falar muito bem deste
município,o qual pertence ao Circuito das Frutas.Circuito turístico
este,formado por outras cidades do interior de São Paulo,que tem como objetivo
explorar o turismo rural por meio da colheita de frutas,pesque e pague, entre
outras atividades.
Antes de fazer o passeio, procurei mais
informações a respeito. Em todas as fontes de pesquisa, encontrei excelentes informações,muitas
explicações.Me encantei com a cidade só de ouvir falar.
Entre os atrativos turísticos da localidade,
há um famoso parque ecológico chamado Pedro Mineiro.Lá além de muito verde,um
lago maravilhoso,há também um parque de diversão para crianças,e o que mais me
chamou a atenção:algumas cachoeiras!
Me objetivo no passeio era conhecer
estas cachoeiras e passear pelas trilhas.Entretanto,chegando ao local, me senti
muito frustrada.
Logo na entrada do parque, numa área de estacionamento
(não concordo que aquela área seja usada para tal, porém, é o que afirma os
informativos turísticos) há uma placa com os dizeres: “Proibido nadar e pescar
neste lugar!” Um pouco depois outra placa,onde estava escrito: “Cuidado!Área
com perigo de febre maculosa(entre outros dizeres)”.Apesar de todas estas
informações,havia vários grupos de visitantes usufruindo de forma inadequada o
lago.Estavam estacionados em volta do lago,por volta de seis carros.Cada
um,tocando músicas num volume altíssimo.Paralelo a isso, as pessoas estavam
nadando ,bebendo,fumando e pescando.
Diante desta situação, me senti fora do ‘perfil’
dos visitantes.Me lembrei dos informativos que eu li sobre o parque,onde dizia
lugar família.O passeio terminou ali, em frente ao lago.Não tive coragem para
ir até as trilhas.
O passeio foi curto,mas o aprendizado
foi rico.Partindo de todo este pressuposto,observei as falhas,mas também as
fortalezas daquele atrativo.
Como fortalezas,pude notar exuberante
paisagem , boa infra-estrutura e fácil
acesso.Já como falhas,e digamos ‘ameaças’,observei primeiramente o perfil dos
grupos que ali estavam naquele domingo.É sabido que todos tem direito ao
turismo.Porém,além dos direitos,TODO turista possui também DEVERES a ser
cumpridos durante a estadia no local visitado.
Frente a isto,proponho, como turismóloga,
que haja um programa de educação ambiental para os turistas que queiram
usufruir o parque,
·
como folhetos explicativos,
·
guias de turismo que possam instruir a
melhor maneira de se utilizar do espaço turístico.
·
Maior fiscalização, como monitoramento
por câmeras e guardas, a fim de prezar a segurança não só do turista, mas
também da população anfitriã que frequenta
o parque.
Este
programa é de fundamental importância para o uso sustentável do parque,uma vez
que a visão do ‘turista pode tudo’ ficou no passado.O perfil do turista agora é
outro.Trata-se de um turista consciente que aquele lugar que ele está
visitando,será também visitado por demais pessoas, as quais querem e precisam
encontrar o atrativo em bom estado de conservação.Ele sabe que o lixo produzido
deve ser depositado em lixeiras adequadas;que o rio não pode ser poluído;que os
animais que habitam ali não devem ser caçados ilegalmente,muito menos mal
tratados;que a população que vive ali tem tanto direito de usufruir o local
tanto quanto ele.
Todos
estes saberes foram adquiridos pelo turista com o tempo e por meio de educadores.
Conhecimento não se brota. É preciso de profissionais capacitados, os quais
possam detectar o problema e planejar alternativas para saná-lo.
Cabe
ressaltar ainda que não só de atrativos turísticos viverá uma cidade com
potencial turístico, mas também da mão de obra qualificada de um turismólogo.
É
deste profissional que Morungaba está precisando. O turismólogo é um
profissional multidisciplinar, capaz de observas as falhas ligadas ao turismo e
resolvê-las.É necessário um replanejamento turístico para o município,para
que,de fato ele ofereça um turismo tão idealizado e defendido como é o turismo
sustentável.